Editorial

Está na moda culpar as “Fake News” como a origem de todos os males e as redes sociais como o seu braço armado, no entanto este debate está inquinado.
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27 maio 2019

Está na moda culpar as “Fake News” como a origem de todos os males e as redes sociais como o seu braço armado, no entanto este debate está inquinado.

Temos que encarar de frente algumas verdades inconvenientes que são terreno fértil para qualquer aprendiz de “Fake News”: A pós-verdade: Uma audiência sem pensamento crítico está mais recetiva a aceitar mentiras óbvias como verdades. O desinteresse dos cidadãos: Basta analisar os meios de comunicação pelo mundo fora para verificarmos que o debate dos temas que realmente fazem progredir uma sociedade está cada vez mais ausente. A abstenção: Com níveis crescentes de abstenção nas democracias ocidentais, é mais fácil ganhar eleições controlando apenas 10 a 15% do total de votos possíveis, Extremismos são mais interessantes: Temos um fascínio inato pelas posições extremas e chocantes, por isso a partilha de conteúdo extremista (esquerda, direita, religiosa, racista, etc.) ganha asas nas redes sociais. As bolhas: Como seres humanos sempre nos rodeamos de pessoas similares a nós, há uns anos atrás esta “bolha social” era composta por 5 ou 10 pessoas mais próximas, graças às redes sociais ela é agora composta por centenas ou milhares de pessoas, redes como o Facebook amplificam a nossa bolha criando a falsa sensação que todos pensam como nós. Iliteracia digital: Literacia digital não se consegue comprando a última novidade tecnológica, tem que haver uma transformação digital dos humanos.

Filipe Carrera
Coordenador da Pós-Graduação em Marketing Digital do IPAM / Coordinator of the Post Graduate Program in Digital Marketing of IPAM

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